Equipa de Investigação de Fátima Serrano
As transformações demográficas, económicas e laborais que vivemos estão a impulsionar uma mudança nas necessidades, expectativas e evolução dos cuidados de saúde das mulheres. Os avanços verificados nas últimas décadas na prevenção, diagnóstico e tratamento dos cancros ginecológico e mamário contribuíram de forma inequívoca para um aumento da esperança média de vida das mulheres portuguesas. A aposta da NOVA Medical School na realização regular de cursos pós-graduados na área do diagnóstico precoce do cancro do colo do útero, que permite o tratamento mais eficaz da doença, tem capacitado mais profissionais para este desafio.
Em Portugal, tal como na maior parte dos países ocidentais, o adiamento da maternidade para idades mais tardias, por um lado e a melhoria do controlo de patologia prévia por outro, aumentaram a complexidade da vigilância pré-natal. Fátima Serrano e outros investigadores da NOVA Medical School estão envolvidos no estudo de áreas emergentes da medicina materno-fetal associadas a estas gestações, como a perda gestacional, a gravidez múltipla, a pré-eclampsia, a diabetes e a restrição de crescimento fetal.
A investigação HepGrowth desta equipa, desenvolvida por Catarina Palma dos Reis, foca-se na restrição de crescimento fetal (RCF), condição que consiste na incapacidade de um feto atingir o seu potencial de crescimento geneticamente predeterminado. A RCF afeta 5 a 10% das gravidezes e associa-se a um aumento do risco de morte fetal, prematuridade, indução de trabalho de parto e parto por cesariana, não existindo, até ao momento, nenhum tratamento aprovado para esta patologia. Estas gestações parecem manifestar sinais de hipercoagulabilidade, pelo que os nossos investigadores estão a testar a utilidade da heparina de baixo peso molecular, um fármaco anticoagulante, neste contexto, esperando com os seus resultados contribuir para uma melhoria dos desfechos maternos e perinatais.