Laboratório de Michel Kranendonk -Xenobiotic Metabolism & Laboratório de Sebastião Rodrigues - Drug Response & Resistance
[Da esquerda para a direita: Michel Kranendonk; Sebastião Rodrigues]
No nosso dia a dia, estamos expostos a diferentes agentes químicos, presentes no ambiente, como por exemplo nos gases de combustão, mas também àqueles que se encontram nos alimentos que ingerimos, como os pesticidas e os inseticidas. Adicionalmente, podemos estar expostos a determinados produtos químicos nas instalações dos nossos trabalhos (como por exemplo em instalações fabris), e também a fármacos. Estes químicos, designados xenobióticos, não são constituintes normais da fisiologia humana e podem ser potencialmente nocivos para a nossa saúde. O corpo humano tem diferentes mecanismos para nos proteger da toxicidade dos xenobióticos, através da sua desintoxicação e excreção.
Na unidade de investigação ToxOmics, do centro CEDOC, na NOVA Medical School, existem dois grupos de investigação que estudam estes dois processos, nomeadamente o laboratório de Metabolismo de Xenobióticos e o Laboratório de Resposta & Resistência a Fármacos.
O primeiro grupo, liderado por Michel Kranendonk, dedica-se ao estudo dos citocromos P450s, uma das principais famílias de enzimas envolvidas nos processos de desintoxicação de xenobióticos. Estas enzimas apresentam uma elevada variabilidade genética entre os indivíduos, resultando numa grande variabilidade no resultado da toxicidade devido à exposição química. Este grupo de investigação realiza estudos toxico-genéticos e funcionais com diferentes variantes destas enzimas com o objetivo de obter um entendimento dos mecanismos moleculares das funções daquelas proteínas, que, por sua vez, contribui para a compreensão das diferenças na suscetibilidade à toxicidade entre os indivíduos.
O segundo grupo de investigação, coordenado por Sebastião Rodrigues, estuda as implicações no genoma provocadas pela variedade dos constituintes da dieta. Para isso, são analisadas mutações e alterações que podem ter efeitos prejudiciais na saúde humana se estes constituintes forem ingeridos através da alimentação. Frequentemente, se estes compostos reagirem com o ADN, o risco de consequências patológicas – nomeadamente o desenvolvimento de cancro – aumenta. A proteção do nosso genoma é assegurada por processos de reparação do ADN, onde as suas lesões são identificadas e reparadas, reconstituindo a informação genética presente.
A compreensão dos efeitos nocivos causado por xenobióticos, quer através da dieta, quer do ambiente, ou ainda em instalações laborais, é essencial para avaliar o risco associado à sua exposição e prevenção.
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