A NOVA Medical School garantiu um financiamento de 1,1 milhões de euros no Concurso de Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (IC&DT) em Todos os Domínios Científicos 2023, promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A escola médica da Universidade NOVA de Lisboa vê aprovados dez projetos de um total de 43 candidaturas com participação direta, registando uma taxa de aprovação de 23,3%, um aumento de 5,3 p.p. face ao concurso anterior.
Dos dez projetos financiados, quatro são liderados pela NOVA Medical School, tendo obtido quase 880 mil euros de financiamento direto. Os restantes seis, onde participa em colaboração com investigadores de outras instituições, representam um financiamento adicional de cerca de 245 mil euros.
As propostas abordam temas de relevância social e científica, com incidência em doenças cardíacas, cancro, neurodegeneração e inteligência artificial aplicada à nanotecnologia. As quatro iniciativas coordenadas pela NOVA Medical School atingiram o financiamento máximo individual, destacando-se pelo seu potencial inovador:
- O projeto Cardioid4NCCM_EVTher, coordenado por José Belo, visa o desenvolvimento de um modelo organoide cardíaco (cardioide) humano a partir de células pluripotentes induzidas (iPSC) para estudar a patogénese da Cardiomiopatia Não Compactada, a terceira mais prevalente doença congénita cardíaca. Com este projeto pretende-se descobrir novos alvos terapêuticos, explorando o papel do gene CCBE1 no desenvolvimento e na compactação miocárdica – etapas da formação do coração -, assim como testar novas terapias mediadas por Vesículas Extracelulares (EVs).
- OncoNanoAI, projeto liderado por João Conde, desenvolverá ferramentas de inteligência artificial para o desenho de nanopartículas personalizadas que possam ser utilizadas em tratamentos mais eficazes para o cancro da mama triplo-negativo, através de uma abordagem capaz de ser adaptada para outros tipos de cancro e doenças.
- SYN3D, com coordenação de Rita Teodoro, pretende investigar o papel das forças biomecânicas na formação de sinapses - locais de comunicação entre os neurónios -, contribuindo para uma área emergente da neuromecanobiologia. Ao aprofundar a compreensão da função cerebral e mecanismos de perda de sinapses em doenças neurodegenerativas, o projeto visa desenvolver uma estratégia que pode contribuir para o alívio dos sintomas destas doenças.
- TUMORMETADYNAMIX, projeto sob liderança de Catarina Homem, parte da heterogeneidade e resistência ao tratamento do glioblastoma, um tipo de tumor cerebral. O projeto visa estudar a heterogeneidade metabólica no crescimento tumoral, nomeadamente o papel da enzima LDH (lactato desidrogenase) e como se relaciona com a gravidade da doença.
Além dos projetos em coordenação, a NOVA Medical School integra outras seis iniciativas como parceira, em temas que vão da gestão da dor em pessoas com demência, novas abordagens terapêuticas para a obesidade, ao uso de inteligência artificial na inovação e empreendedorismo em saúde.
“Este resultado reflete a qualidade crescente da nossa investigação, da ambição dos nossos investigadores e da aposta estratégica da nossa Escola médica em áreas com elevado impacto na saúde. Estes projetos traduzem o compromisso da NOVA Medical School com a ciência de excelência e com a melhoria da vida das pessoas”, afirma Helena Canhão, diretora da NOVA Medical School.
Este desempenho reforça o posicionamento da NOVA Medical School como instituição de referência em investigação em Portugal e o crescimento em 2023 representa um avanço significativo na competitividade.